Com a alta dos juros e mudanças nas regras de tributação, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios se tornaram queridinhos do mercado. Entenda por que eles cresceram tanto, quais são suas vantagens e o que você precisa saber antes de investir.
Nos últimos meses, um tipo de investimento tem chamado a atenção de quem busca mais retorno e menos dor de cabeça: os FIDCs — ou Fundos de Investimento em Direitos Creditórios. Eles vêm se destacando como uma alternativa promissora dentro da renda fixa, oferecendo rentabilidade acima da média, baixa volatilidade e algumas vantagens fiscais bem interessantes.
Mas antes de embarcar nessa nova onda, é importante entender o que está por trás do crescimento desse mercado, como funciona esse tipo de fundo e — claro — quais são os riscos e cuidados que você precisa ter ao investir. Vamos lá?
O que são FIDCs, afinal?
Os FIDCs são fundos que compram créditos que empresas têm a receber — como pagamentos parcelados no cartão, aluguéis, contas de serviços ou até mesmo duplicatas comerciais. Esses recebíveis são vendidos ao fundo com um desconto, e o gestor lucra com a diferença entre o valor pago hoje e o valor a ser recebido no futuro.
Ou seja: em vez de emprestar dinheiro para o governo (como nos títulos públicos) ou para bancos (via CDBs), você está, indiretamente, financiando empresas através dos seus recebíveis. Simples assim.
Por que os FIDCs estão bombando agora?
Os dados ajudam a explicar. Segundo números divulgados pela Anbima, o patrimônio líquido dos FIDCs cresceu 31,4% só em 2024, ultrapassando os R$ 594 bilhões. Foram criados 973 novos fundos no mesmo período. E o mais curioso: o número de investidores pessoas físicas nesses fundos mais que quadruplicou.
Essa explosão tem algumas razões principais:
Juros altos: com a Selic a 14,25% ao ano, o investidor voltou a olhar com carinho para a renda fixa. E os FIDCs conseguem entregar ainda mais — com fundos pagando entre 115% e 120% do CDI, ou até mais.
Menos imposto: muitos FIDCs não sofrem a cobrança do famoso come-cotas, aquele imposto que o governo antecipa nos fundos tradicionais a cada semestre. Isso ajuda bastante na rentabilidade líquida.
Mudanças nas regras: com a Lei 14.754, que mudou a forma de tributar fundos fechados, várias gestoras migraram seus produtos de crédito privado para a estrutura de FIDC — mais eficiente para o novo cenário fiscal.
Acesso mais fácil: desde outubro de 2023, os FIDCs estão disponíveis também para o investidor de varejo comum — ou seja, não é mais preciso ter R$ 1 milhão em investimentos para participar. Já é possível investir com R$ 500 em algumas plataformas.
Vantagens que fazem os FIDCs se destacarem
Se você está procurando um investimento de renda fixa com retorno acima da média, os FIDCs oferecem uma combinação poderosa:
✅ Rentabilidade alta: como investem em crédito privado, os FIDCs costumam pagar mais do que CDBs ou títulos do Tesouro.
✅ Baixa volatilidade: apesar de estarem ligados ao crédito, o comportamento do fundo costuma ser estável, com poucos solavancos.
✅ Benefícios fiscais: como muitos não têm come-cotas, o rendimento líquido pode ser mais interessante do que em outros fundos.
✅ Diversificação: ao investir em um FIDC, você pode ter exposição a diferentes setores da economia, como varejo, agronegócio e serviços.
Mas nem tudo são flores… atenção aos riscos
Claro que, como qualquer investimento, os FIDCs também têm seus pontos de atenção — e ignorá-los pode custar caro.
📌 Risco de crédito: os FIDCs compram dívidas de empresas e pessoas. Se os devedores atrasam ou não pagam, o fundo perde dinheiro — e isso pode afetar o rendimento do investidor.
📌 Concentração: fundos com poucos cedentes (empresas que venderam os créditos) ou sacados (quem deve pagar) são mais vulneráveis. Diversificação é essencial.
📌 Nível de subordinação: os FIDCs têm dois tipos de cotas: seniores (mais seguras, voltadas ao investidor comum) e subordinadas (que absorvem os prejuízos). Fundos com pouca subordinação têm menos “colchão” para lidar com calotes.
📌 Liquidez limitada: a maioria dos FIDCs exige um prazo de resgate maior, como 60 dias. Ou seja, esse não é um fundo para quem precisa de dinheiro com rapidez.
📌 Regras do fundo: alguns FIDCs podem prever assembleias em caso de inadimplência elevada — e até solicitar novos aportes dos cotistas. É fundamental ler o regulamento com atenção antes de investir.
Vale a pena investir?
Os FIDCs surgem como uma alternativa robusta para quem quer fugir da renda fixa tradicional e busca mais retorno com um nível de risco controlado. São especialmente interessantes para investidores que já têm alguma familiaridade com o mercado e estão dispostos a analisar bem os fundos antes de aplicar.
Por outro lado, não são indicados para quem busca liquidez imediata ou não quer correr nenhum risco de crédito. E, claro, é sempre recomendável diversificar — nunca coloque tudo em um único tipo de ativo.
Se você está montando uma carteira equilibrada, com foco em retorno real e estabilidade, os FIDCs merecem sua atenção. Mas, como sempre, conhecimento é o melhor investimento antes de qualquer aplicação.
Conheça o OKEAN ATLANTIC CORPORATE FIC FIM CP
O fundo Okean Atlantic Corporate FIC FIM CP (CNPJ 51.980.833/0001-05) é um fundo de investimento em cotas, com foco principal em cotas seniores de diversos FIDCs. Seu portfólio é diversificado, com investimentos em fundos que atuam em diferentes setores da economia, geridos por várias gestoras, sempre em busca dos melhores ativos disponíveis no mercado.
| PERFORMANCE | abr/24 | mai/24 | jun/24 | jul/24 | ago/24 | set/24 | out/24 | nov/24 | dez/24 | jan/25 | fev/25 | mar/25 | ANO | 3 MESES | 6 MESES | 12 MESES | DESDE INÍCIO |
| OKEAN ATLANTIC CORPORATE FIC FIM |
1,26% | 1,16% | 1,11% | 1,31% | 1,21% | 1,13% | 1,38% | 0,97% | 1,12% | 1,34% | 1,30% | 1,25% | 3,95% | 3,95% | 7,60% | 15,56% | 24,67% |
| CDI | 0,89% | 0,83% | 0,79% | 0,91% | 0,87% | 0,84% | 0,93% | 0,79% | 0,93% | 1,01% | 0,99% | 0,96% | 2,99% | 2,99% | 5,75% | 10,88% | 17,65% |
| RENTABILIDADE ACUMULADA | 143% | 139% | 141% | 144% | 139% | 136% | 148% | 122% | 120% | 132% | 132% | 130% | 132% | 132% | 132% | 137% | 139% |
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